02/04/2014 12h03
Além da CPI para investigar a compra da refinaria em Pasadena, Base Aliada pediu apuração de administrações do PSDB e do PSB.
O Senado decide nesta quarta-feira (2) se instala a CPI da Petrobras. Governo e oposição travam uma batalha, e nesta briga política podem ser criadas duas CPIs.
Na terça, parlamentares da Base Aliada apresentaram um requerimento pedindo a abertura de uma nova comissão de inquérito para apurar assuntos que envolvem administrações do PSDB e do PSB.
O presidente do Senado não terá como fugir. É dele a resposta sobre a criação de uma, duas ou nenhuma CPI. Foi uma novela no plenário. Foi lido o pedido da comissão para investigar fatos ligados a Petrobras - a compra da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos, e outras suspeitas de desvio de dinheiro público na estatal - de autoria da oposição.
Mas a oposição nem teve tempo de comemorar, porque governistas também conseguiram que fosse lido o pedido de outra CPI, para investigar denúncias de cartel no metrô de São Paulo e na Empresa Pública de Suape, em Pernambuco, que envolvem gestões do PSDB e do PSB.
“São grileiros da nossa CPI. É um abuso que não pode ser aceito pelo presidente da casa. Esse adendo é um absurdo. Não tem nenhum amparo, nem na Constituição, nem no regimento e nem na moralidade”, disse o líder do PSDB Aloysio Nunes.
“A oposição tem insistido em realizar uma CPI que vai terminar por se transformar em um espaço de disputa político eleitoral e vai contribuir muito pouco para o esclarecimento dos fatos”, disse o líder do PT Humberto Costa.
Em outra frente, a senadora Gleisi Hoffmann, do PT, alegou que a CPI, só da Petrobras, tem que ser impedida, porque é inconstitucional.
Tanto partidos de oposição quanto aliados do governo poderão questionar a decisão do presidente do Senado no plenário e até no Supremo Tribunal Federal, o que jogaria para a frente a instalação de qualquer CPI.
Com essa indefinição, o PT começou a defender a possiblidade de adiar o depoimento da presidente da Petrobras, Graça Foster, inicialmente marcado para o dia 8 de abril.
Quem já se colocou à disposição para falar foi o ex-diretor internacional, Nestor Cerveró. O advogado chegou a levar uma carta ao congresso, com o recado do ex-executivo. Foi ele o responsável pelo resumo técnico que embasou o conselho de administração da Petrobras na compra da refinaria de Pasadena, no Texas.
“O que tem que ficar muito claro é que todas as informações necessárias do contrato estavam à disposição de todos os conselheiros e todas as assessorias jurídicas de cada conselheiro. Então a parte dele ele fez”, disse Edson Ribeiro.
Até o fim do prazo para alteração na lista de nomes de parlamentares, à meia-noite, não houve retirada e nem acréscimo de novos apoios às CPIs, que agora já podem ser instaladas, dependendo da decisão do presidente do senado, Renan Calheiros.
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