quinta-feira, 15 de maio de 2014

Governo do PT nega a si mesmo e diz que não congela preços para segurar inflação.


Os dois ministros trapalhões do PT.
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, negou ontem que o governo controle preços de combustíveis e tarifas de energia elétrica para segurar a inflação, contradizendo declaração do ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante, e acirrando o debate eleitoral sobre a política econômica do governo Dilma Rousseff.

Em entrevista à Folha publicada nesta quarta (14), Mercadante admitiu que o governo tem controlado as tarifas para evitar o impacto que elas teriam na inflação. Críticos da política econômica dizem que esse modelo aumenta os riscos que o próximo governo terá que administrar.

O Planalto tem enfrentado dificuldades para manter a inflação dentro do limite máximo definido pela meta oficial, de 6,5% ao ano, apesar de seguidos aumentos nas taxas de juros pelo Banco Central e mesmo com a atividade econômica em marcha lenta.

Isso fez aumentar a ansiedade do eleitorado com os rumos da economia e reduziu a popularidade da presidente Dilma Rousseff, que concorrerá à reeleição em outubro.

Após participar de uma audiência na Câmara dos Deputados, Mantega citou reajustes recentes nos combustíveis e nas tarifas de energia como prova de que o governo não está represando as tarifas. "Temos feito, sim, reajustes", disse. "Maior exemplo é o preço da energia, que subiu 18%. Onde está o represamento dos preços?" E acrescentou: "Gasolina tem tido aumentos todo ano no Brasil."

Apesar dos reajustes, os combustíveis não têm acompanhado a alta dos preços internacionais do petróleo, o que causa prejuízos à Petrobras. No setor elétrico, o Tesouro tem bancado boa parte dos custos das concessionárias, adiando para o ano que vem reajustes de tarifas. "Não é recomendável fazer intempestivamente a correção do preço. Tem que esperar passar essa turbulência, essa volatilidade, depois buscar o alinhamento", disse.

As declarações de Mercadante e Mantega abriram espaço para novos ataques dos dois principais adversários de Dilma na corrida presidencial ao modelo que ela adotou para a condução da economia.
O senador Aécio Neves (PSDB) afirmou que o governo age com "discurso demagógico" sobre a inflação. "A inflação está aí, é preciso de um governo que gere confiança no mercado e nos cidadãos.


 (...) Nós corrigimos lá atrás [a inflação], acabamos com ela, e, no momento em que deveríamos estar debatendo a agenda da competitividade, estamos novamente debatendo inflação e congelamento de preços", disse.

Na Câmara, Mantega também defendeu a solução encontrada pelo governo para socorrer o setor elétrico. O Tesouro vai repassar R$ 13 bilhões ao setor elétrico neste ano. As distribuidoras vão ainda tomar empréstimo de R$ 11,2 bilhões, quantia que será repassada para a conta de luz a partir de 2015. "No fundo, a conta é do contribuinte. Não fazemos milagre", afirmou o ministro. "Pior seria colocar tudo no consumidor, diretamente."

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