quinta-feira, 15 de maio de 2014
Oposição acusa CPI de chapa-branca e boicota comissão--Cristina Lemos
Durou menos de quinze minutos a primeira reunião da CPI da Petrobrás do Senado. Tempo suficiente para governistas assumirem o comando dos principais cargos. O PMDB ficou com a presidência, entregue a Vital do Rêgo (PB). Na relatoria, assumiu o petista José Pimentel (PE). A CPI terá seis meses para apurar a compra da refinaria de Pasadena, no Texas, que causou prejuízo bilionário à Petrobrás.
Os governistas tentam manter as aparências: “Vou tomar todas as providências para que o equilíbrio necessário aos trabalhos tenha também a participação de todos os senadores”, diz Vital do Rego. Mas a oposição boicota a CPI, que considera “chapa branca”. Só o tucano Cyro Miranda (GO) compareceu - mas, como "observador".
“É chapa-branca, uma reunião de amigos. Estou completamente isolado. Eu sabia disso desde o princípio” – diz Miranda.
O relator contesta: "Ao dizer isso, eles estão desmoralizando a confiança da população brasileira no Congresso Nacional, porque não é nada disso”.
A CPI aprovou 74 requerimentos, entre eles convocações ou convites a 33 pessoas para depor. Graça Foster e Sérgio Gabrielli, presidente e ex-presidente da Petrobrás, serão chamados na semana que vem. Mas rejeitou a convocação do ex-presidente Lula, proposta por Miranda.
A oposição aposta tudo na CPI mista, com a participação também dos deputados. Em tese, a investigação já poderia começar, uma vez que 19, dos 32 foram indicados pelos partidos. Mas é esperada nova batalha política em torno da instalação.
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