Luiz Cláudio Marigo, 63 anos, passou mal do coração dentro de ônibus.
Hospital federal referência em cardiologia teria se recusado a atender.
A família do homem que morreu após passar mal dentro de um ônibus em Laranjeiras, Zona Sul, acredita que houve negligência por parte do Instituto Nacional de Cardiologia (INC), que teria se recusado a prestar atendimento à vítima.
Como mostrou o Bom Dia Rio desta terça-feira (3), imagens feitas por um celular registraram o momento em que o fotógrafo Luiz Cláudio Marigo, 63 anos, era socorrido pelos passageiros.
O motorista parou em frente ao hospital, que é referência em doenças do coração, mas, segundo testemunhas, foi informado pelo INC que somente uma ambulância do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) poderia prestar o atendimento.
"É um absurdo completo ninguém ter prestado socorro. O motorista parou em frente ao hospital dizendo que um homem estava passando mal do coração e o hospital do coração não faz nada", lamenta Cecília Banhara, viúva de Luíz Cláudio.
Depois de dez minutos de espera, testemunhas contaram que funcionários do Samu que transportavam outro paciente para o Instituto de Cardiologia – fizeram a primeira reanimação. No vídeo, é possível ver uma tentativa de ressuscitar o idoso. Dentro do ônibus, bombeiros faziam massagens cardíacas, aplicavam injeções, mas já era tarde.
Victor Banhara Marigo, filho da vítima, pede que o caso seja investigado e acredita que não houve a atenção necessária por parte de uma instituição que é reconhecida na cidade como referência no atendimento cardiológico.
"Estava em frente ao hospital de cardiologia, que é referência no atendimento e tinha centenas de médicos. Eu acho que isso precisa ser investigado, mas me parece negligência e falta de respeito", disse.
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Nota do INCO INC informou, por meio de nota, que não houve tempo de prestar socorro ao homem que passou mal. "De acordo com a pessoa que o acompanhava, ele já apresentava dores fortes no peito quando o ônibus em que estavam parou em frente à unidade para pedir socorro. Apesar de não estar credenciado a atender emergências, o INC deixou a postos uma equipe de médicos e um leito para atendimento.
Técnicos do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), que estavam transportando outro paciente para o hospital, tentaram reanimá-lo, mas ele não resistiu. O homem não pode ser retirado do ônibus, pois o movimento dificultaria a reanimação", diz a nota.
Bombeiros
Quem viu a cena disse também que bombeiros foram chamados, mas que demoraram 20 minutos para chegar ao local. Nenhum médico ou enfermeiro do Instituto de Cardiologia apareceu no ônibus.
De acordo com o Corpo de Bombeiros, a coordenação médica da corporação foi acionada às 11h39. Uma ambulância do Humaitá foi enviada para o local e chegou às 11h59. Os bombeiros informaram que realizaram os procedimentos para reanimar a vítima, mas o homem, de aproximadamente 70 anos, morreu no local. "A corporação se solidariza com a família e vai apurar as circunstâncias do atendimento internamente."
De acordo com informações da 10ª DP (Botafogo), a perícia foi feita no local, e o motorista e o cobrador do ônibus já foram ouvidos no inquérito. Outras duas testemunhas serão intimadas a depor. Ainda segundo a polícia, caso haja indícios de omissão de socorro, será apurada a responsabilidade.
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