terça-feira, 3 de junho de 2014

Gravação revela que Paulo Octavio tentou impedir ação do Ministério Público



Empresário pediu a ex-administrador para não entregar documentos de regularização de shopping

Do R7, com TV Record
 
 
Na gravação entre Paulo Octavio e o ex-administrador de Taguatinga, o ex-governador diz que vai inaugurar JK Shopping de qualquer jeito 
 
Uma conversa gravada com autorização da justiça entre o ex-governador do Distrito Federal Paulo Octavio, preso na última segunda-feira (2), e o ex-administrador de Taguatinga, Carlos Jales, mostra que o empresário estava disposto a inaugurar o JK Shopping sem a documentação exigida pela justiça. 
  
No áudio, Carlos Jales avisa que uma promotora do MPDFT (Ministério Público do Distrito Federal e Territórios) estave na administração para pegar documentos relacionados ao processo de liberação para construção do shopping. Paulo Octavio orienta Jales a não entregar o processo. "Como é que eu faço para brecar uma promotora?", disse o ex-administrador.   

Em seguida, Paulo Octavio afirma que vai inaugurar o JK Shopping independente de qualquer intervenção da justiça. "Eu vou inaugurar daqui a 30 dias chova ou faça sol. [O shopping tem]  uma arquitetura marvilhosa. Botamos R$ 350 milhões em Taguatinga".  

O ex-governador do DF foi preso enquanto saía de seu escritório no centro de Brasília (DF). Ele é acusado de participar, junto com outras dez pessoas, de organização criminosa que pagava propina pela liberação de alvarás para a construção de prédios comerciais na capital federal sem cumprir as exigências legais. 
   
As investigações ao grupo tiveram início em 2011. Paulo Octavio também é acusado de falsidade ideológica e de ter se beneficiado de cargo público para a construção de prédios na capital federal.  

Uma das construções conduzidas pela empresa do ex-governador e investigadas pela polícia é o Jk Shopping. Desde começou sua construção, o shopping era alvo de questionamentos judiciais. Mesmo sob investigação, o centro comercial foi inaugurado no dia 16 de novembro 2013. Na época, a construtora responsável pela obra negou irregularidade na concessão dos documentos referentes à construção.  

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Administrador de Águas Claras é preso acusado de corrupção

A cela onde está o ex-governador do Distrito Federal Paulo Octavio, no alojamento do 1º Batalhão de Policiamento de Trânsito da PMDF (Polícia Militar do DF), na Asa Norte, em Brasília (DF), tem quatro metros quadrados, banheiro, TV e ar condicionado.   
O advogado do ex-governador, Marcelo Turbay Freiria, já entrou com pedido de habeas corpus na justiça pela liberação do cliente. A resposta pode sair a qualquer momento.   
Em 2013, a Polícia Civil e o Ministério Público do Distrito Federal prenderam os ex-administradores de Águas Claras, Carlos Sidney de Oliveira, e de Taguatinga, Carlos Alberto Jales, acusados de cobrarem propina a empresários para liberação de alvarás de funcionamento e construção de estabelecimentos comerciais. Na época, dezenas de empresários foram intimados a prestar depoimento, inclusive o ex-governador Paulo Octavio.  

Mensalão do DEM
Paulo Octavio assumiu o governo do DF após a prisão do ex-governador José Roberto Arruda, em 11 de fevereiro de 2010, devido ao envolvimento no suposto esquema de corrupção que ficou conhecido como Mensalão do DEM. Ele renunciou ao cargo 12 dias depois. O político e empresário avaliou que, sem apoio do DEM, não teria condições de continuar no governo. Paulo Octávio pediu desfiliação do partido para evitar ser expulso. 
  
O esquema, denunciado por Durval Barbosa, ex-secretário do governo, seria uma espécie de “pedágio” cobrado por Arruda para que empresas conseguissem contratos com o GDF (Governo do Distrito Federal). O dinheiro arrecadado, segundo o inquérito da PF, era dividido entre Arruda, o vice-governador, Paulo Octavio, além de secretários e assessores da administração do DF.  
 

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