A região tem um ponto de concentração de centenas de usuários da droga, o Buraco do Lacerda. O programa tem uma equipe de assistentes sociais, psicólogos e educadores sociais da prefeitura do Rio.
Os usuários que aderem ao programa têm acesso a serviços como emissão de documentos, abrigo, condições para voltar à cidade natal, além de atendimento na rede básica de saúde, reinserção familiar, comunitária e no mercado de trabalho, e acesso às políticas de renda do governo federal.
Criado há um ano, o projeto já realizou 1.854 atendimentos de pessoas que aceitaram ajuda da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social, nas regiões das comunidades do Parque União e Nova Holanda, no Complexo da Maré. Desses, 1.291 aceitaram de forma voluntária ir com a equipe até uma unidade e deixar as drogas e a vida da rua.
Segundo o secretário municipal de Desenvolvimento Social, Adilson Pires, o número de atendimentos é “expressivo”, considerando a proporção do problema na capital fluminense. “Quando essa pessoa faz esse acompanhamento voluntário e espontâneo, as chances de êxito no tratamento e na recuperação são grandes. Nesse processo de aproximação, diagnosticamos que a grande maioria não são casos de internação, são casos de tratamento ambulatorial. Essa pessoa tem que ter consulta regular com psicólogo”, disse.
A atuação do programa na comunidade do Jacarezinho não tem prazo para terminar. “Enquanto houver essa situação de cena de uso de drogas, a gente vai ficar presente ali. Quando a gente passa em uma cracolândia, como a do Parque União, na Avenida Brasil, a gente observava umas 100 pessoas, às vezes tinham ali umas dez crianças.
Como são pequenas, aquelas crianças nos chocam muito mais e nos chamam mais atenção do que os adultos. Porque você quando passa por um local desses, que é um lugar de degradação humana terrível e vê uma criança, você fica muito mais impactado”, afirmou.
A secretaria não tem estatísticas específicas sobre a faixa etária dos usuários de crack da região da comunidade do Jacarezinho, mas, segundo Pires, tanto os dados da governo municipal quanto os do Ministério da Justiça apontam que presença de crianças entre os usuários gira em torno de 7%. Na maioria dos casos, os consumidores da droga são adultos.
Além dos serviços do programa, a comunidade também vai receber o Consultório na Rua, projeto da secretaria municipal de Saúde. Um posto fixo será instalado em frente a Clínica da Família do Jacarezinho, e servirá de referência para os usuários, além de oferecer espaço para tomar banho, se alimentar. Na unidade, os usuários poderão ser atendidos pelos profissionais que estiverem de plantão.
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