terça-feira, 3 de junho de 2014

Propaganda irregular: Sete casos em análise na procuradoria



Casos de propaganda em redes sociais na internet: mesmo um grupo fechado pode dar multa para o candidato.


Ainda é baixo o número de multas aplicadas pela Justiça diante de tantos exemplos de propaganda eleitoral antecipada no Distrito Federal. Das 13 representações que chegaram ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE-DF) até agora, apenas cinco resultaram em aplicação de multas. Pela lei, a disputa entre os candidatos começa em 6 de julho, a três meses da eleições, marcadas para 5 de outubro. Mas, nas ruas do DF e nas redes sociais, há uma enxurrada de ilegalidades praticadas deliberadamente por candidatos ou apoiadores. A Procuradoria Regional Eleitoral (PRE) investiga sete casos que ainda poderão resultar em representação judicial contra supostos apressadinhos...


A prática ilegal de antecipar a disputa eleitoral sai barata para quem queima a largada, já que os valores das multas variam de R$ 5 mil a R$ 25 mil, montantes irrisórios se comparados com o impacto que uma campanha extemporânea pode exercer, por exemplo, nas redes sociais, onde mais de 56 milhões de brasileiros movimentam perfis diariamente. É nas redes, inclusive, que um batalhão de cabos eleitorais criam perfis para declarar apoio velado ou explícito a candidatos e a programas de governo. São os exemplos dos perfis Prefeitura de Brasília e Volta que voto.

 

O primeiro mantém, entre assuntos ligados à cultura da capital, a veiculação diária de temas relacionados à plataforma política do GDF. Entre eles, estão destacadas a inauguração da subestação da Companhia Energética de Brasília (CEB), a suposta eleição em que o Estádio Mané Garrincha figura como o mais bonito do país e a redução dos casos de dengue na capital entre 2013 e 2014. Em outra postagem, o perfil faz troça com a imagem de um indígena sacando uma flecha de seu arco em confronto com a Polícia Militar do DF durante protesto pela mudança nas regras de demarcação de terras, semana passada.

 

Já a página Volta que voto reproduz postagens sobre o ex-governador José Roberto Arruda (PR) a um grupo fechado de integrantes . Até abril, todo o conteúdo da página era aberto a qualquer pessoa. Entre as mensagens, o perfil veiculou críticas ao governo e elogios à gestão de Arruda. Por força de liminar, no entanto, a Justiça determinou a retirada de todo o conteúdo da página. Apesar de manterem linhas políticas claras, ambos os organizadores das páginas garantem não haver interferência política na construção das páginas. Para o procurador eleitoral, Elton Ghersel, no entanto, não é preciso haver pedido de votos explícito para um conteúdo ser considerado ilegal.

 

“Ainda que determinada página seja restrita a seus membros, cada vez que uma postagem é curtida, ela aparece para os amigos de quem a curtiu e assim sucessivamente”, destaca. “A lei não diz o que pode ser feito, mas ela veta determinadas atitudes. Se um cidadão coloca um adesivo no seu carro em apoio explícito a determinado candidato, ele também pode ser multado”, destaca o procurador eleitoral Elton Ghersel.

 

Multas

 

Os mais novos multados pelo TRE-DF são o governador e o vice, Agnelo Queiroz e Tadeu Filippelli, respectivamente. Eles terão de desembolsar, cada um, R$ 5 mil por terem, supostamente, se beneficiado da afixação de cerca de 15 faixas ao longo da Estrada Parque Aeroporto (Epar) durante a inauguração do novo balão rodoviário da região, no início do mês passado. Para a defesa de Agnelo, no entanto, seria preciso comprovar eventual uso de recursos públicos para a confecção das faixas para determinar benefício ao cliente. Na Câmara Legislativa, foram multados os deputados distritais Eliana Pedrosa (PPS), Cristiano Araújo (PTB) e Dr. Michel (PP), cada um também em R$ 5 mil. Completam a lista o deputado federal Roberto Policarpo (PT) e o ex-presidente da Banco de Brasília Edmilson Gama.


Fonte: ARTHUR PAGANINI - Correio Braziliense - 03/06/2014 - - 07:18:18

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