Calendário de mobilização que previa paralisações
semanais até o fim do ano foi suspenso
02/06/2014 23:07
Protesto de policiais federais feito
no Parque do Ibirapuera: governo federal concedeu aumento de 15,8% -
Marcos
Alves / Arquivo/Agência O Globo
BRASÍLIA - A menos de 15 dias da Copa do Mundo, o governo
federal fechou acordo para conceder reajuste de 15,8% para agentes, escrivães e
papiloscopistas da Polícia Federal, informou a Federação Nacional dos Policiais
Federais (Fenapef). Esse percentual é o mesmo negociado com as categorias do
governo federal desde 2012, depois de uma explosão de greves que reuniu mais de
250 mil servidores públicos em todo o Brasil.
Á época, a Fenapef recusou o acordo, sob a alegação de que
os policiais querem uma reestruturação na carreira. O presidente da entidade,
Jones Borges Leal, disse que os servidores decidiram dar um voto de confiança
para o governo e assinaram o termo na última sexta-feira. A previsão é de um
aumento de cerca de 12% na folha salarial deste mês, com pagamento em julho, e
do restante em janeiro de 2015. Para isso, no entanto, é necessária uma
alteração na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2014 e na Lei
Orçamentária Anual (LOA).
- O governo já encaminhou ao Congresso projeto de lei para
modificar a LDO e a LOA, para que a gente receba a primeira parcela a partir
deste mês. Se não conseguirmos aprovar, devido à proximidade das eleições, o
aumento será todo em janeiro de 2015 - disse o presidente.
A correção salarial deve representar um impacto de R$ 376
milhões na folha de pagamento da União até janeiro, segundo estimativas da
federação. Leal negou que o acordo busque evitar greves durante a Copa do
Mundo, uma vez que esse é o percentual de reajuste oferecido aos trabalhadores
há dois anos. Ele admitiu, porém, que a categoria tinha um calendário de
mobilização que previa paralisações semanais até o fim do ano, o que poderia
coincidir com os jogos. Esse calendário está suspenso.
Segundo o presidente da Fenapef, o governo se comprometeu a
formar um grupo de trabalho, que começará a atuar ainda na primeira quinzena
deste mês, para discutir a reestruturação de carreira dos policiais.
- O calendário de mobilização está suspenso. Se o governo
cumprir a parte dele em relação ao grupo de trabalho, não vamos fazer
manifestação ou paralisação antes, durante ou depois da Copa e das eleições -
disse.
Os agentes, escrivães e papiloscopistas querem a
reestruturação da carreira e o combate a práticas como a de assédio moral. O
pedido é também por uma equiparação salarial com os servidores das agências.
Nenhum comentário:
Postar um comentário