Por Laryssa Borges, na VEJA.com:
O advogado Luiz Fernando Pacheco, que
defende o ex-presidente do PT José Genoino no processo do mensalão,
ameaçou nesta quarta-feira o relator da ação e presidente do Supremo
Tribunal Federal (STF), ministro Joaquim Barbosa, dizendo que “se
tivesse uma arma, daria um tiro na cara do presidente [do STF]”.
A
ameaça foi presenciada por seguranças do tribunal, que nesta tarde
tiveram de retirar o defensor do plenário da corte após bate-boca com
Barbosa. De acordo com depoimento prestado por um servidor da Secretaria
de Segurança do Supremo, Pacheco estava “visivelmente embriagado”
quando, da tribuna do STF, pediu que a corte julgasse o pedido de prisão
domiciliar do mensaleiro.
“Como o
advogado, visivelmente embriagado, alterou o tom de voz de maneira
desrespeitosa, o presidente, suspendendo a sessão, ordenou sua imediata
retirada do Plenário”, disse o depoente, cuja identidade não foi
revelada pelo STF. De acordo com o testemunho, mesmo com a equipe de
segurança do tribunal já acionada, “o advogado insistia em pronunciar
palavras agressivas ao senhor presidente”.
“Informo ainda que, segundo
depoimento do agente de segurança que participou da ação de retirada do
advogado, já fora do Tribunal ele, visivelmente transtornado, teria dito
que ‘se tivesse uma arma, daria um tiro na cara do presidente’”, diz
trecho do depoimento do segurança do STF sobre o caso. De acordo com o
Supremo, houve “uso moderado da força” para retirar Pacheco do plenário
da corte.
Nota
distribuída pela assessoria da corte afirma que, “agindo de modo
violento e dirigindo ameaças contra o Chefe do Poder Judiciário, o
advogado adotou atitude nunca vista anteriormente em sessão deste
Supremo Tribunal Federal”. Em entrevista ao Jornal Nacional, da Rede
Globo, Barbosa considerou o episódio “gravíssimo”. “Eu considero uma
ofensa, um atentado ao Poder Judiciário”, disse. “O advogado fez ameaças
à pessoa do presidente do Supremo.”
Após o
incidente, o advogado disse que Barbosa usou “toda a sua truculência” ao
determinar que ele fosse retirado do tribunal. “Cada pedra lançada a
mim por esse homem eu recebo como uma medalha. Eu sou um advogado
defensor dos direitos legais do meu cliente e serei defensor seja onde
for”, acusou Pacheco. Confrontado com o relato do servidor do STF,
Pacheco negou ter ameaçado Barbosa: “completamente absurdo”.
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