Vanessa Ruiz
Do UOL, em São Paulo
Do UOL, em São Paulo
O início
Os manifestantes se concentraram por volta das 9h da manhã na rua Apucarana, na zona leste, ao lado do metrô Carrão. Às 10h10, houve o primeiro confronto: a polícia, afirmando estar reagindo a agressões, utilizou bombas de gás lacrimogênio para dispersar as cerca de 200 pessoas que se manifestavam. A estação do metrô foi fechada.
Duas jornalistas da rede de TV norte-americana CNN, Shasta Darlington e Barbara Arvanitidis, foram atingidas por pedaços de uma das bombas lançadas e ficaram feridas. Atingidas no braço, foram retiradas do local para atendimento médico. Um manifestante foi detido. Durante toda a movimentação, defensores públicos estavam no local para acompanhar a ação da polícia.
Reagrupamento
Depois do tumulto, os manifestantes foram dispersados, mas reagruparam na rua Serra de Japi, a alguns quarteirões do Carrão. Por lá, receberam apoio de metroviários, que faziam assembleia no sindicato da categoria, que fica na rua. Ali, black blocs depredaram placas e incendiaram sacos de lixo no meio das ruas.
A polícia reagiu de forma enérgica, com novas bombas e balas de borracha. Uma menina passou mal devido ao gás e três feridos foram levados ao hospital em uma viatura da polícia. Assustada, parte dos manifestantes entrou no prédio do Sindicato dos Metroviários.
A PM estabeleceu, então, um prazo de 20 minutos para a evacuação da região e ameaçou invadir o prédio caso algum black bloc fosse abrigado. A cavalaria do Choque foi acionada e conseguiu dispersar os manifestantes violentos.
Radial fechada e confronto na estação
Mesmo assim, a confusão estava longe de terminar: o protesto se dividiu. Parte foi ao metrô Tatuapé, parte para Radial Leste. A avenida foi bloqueada por alguns minutos quando jovens vestidos de preto invadiram a pista e começaram a andar na contramão no sentido centro-zona leste. Policiais voltaram a enfrentar manifestantes, desta vez em meio aos carros, para desbloqueá-la.
Na estação de metrô, o caos foi total: polícia e participantes do protesto se enfrentaram em frente às catracas e bombas de gás foram atiradas dentro da passarela de acesso. Durante o enfrentamento, o local, que tem acesso para as linhas de trem e metrô, foi fechado.
Extintor nos trilhos
Como não conseguiram parar a avenida e não entraram na estação, os manifestantes apelaram para um artifício desesperado: arremessaram um extintor nos trilhos do trem, o que fez com que os vagões circulassem com velocidade reduzida por cerca de sete minutos.
Várias pessoas que passavam pelo local foram surpreendidas com as cenas de violência e ficaram muito assustadas. Uma garota de 18 anos chegou a chorar copiosamente. Mais dois manifestantes foram detidos.
Por volta das 16h, quando a hora do chute inicial de Brasil e Croácia se aproximava, a situação começou e se tranquilizar. Os manifestantes foram removidos da passarela de acesso à estação e parte do efetivo policial se retirou do local.
As três estações paralisadas – Carrão, Tatuapé e Belém – ainda demoraram um pouco para serem liberadas. A circulação dos trens voltou a normal, mas os policiais preferiram aguardar a saída dos manifestantes das imediações para reabrir as estações. Só às 16h45 a situação foi normalizada.
Policiais
tentam conter manifestantes do ato Se Não Tiver Direitos, Não Vai Ter
Copa nas proximidades do estação Carrão do metrô. Grupo faz protestos
por direitos sociais e em defesa dos trabalhadores demitidos do metrô. Leia mais Fabio Braga/Folhapress
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