Gilberto Kassab, presidente do PSD, é frio e calculista. Não pensa no
país. Só pensa nos próprios interesses. Nem o seu partido está acima
dos objetivos pessoais de ter uma grande bancada e ser, em 2018, talvez o
candidato a vice-presidente daquele que tiver mais chance de vencer,
seja ele Aécio Neves, Luis Inácio Lula da Silva ou Marina Silva.
Sozinho, o cacique que não é de centro, nem de esquerda e nem de
direita, está queimando uma grande chapa, com Aécio presidente e
Henrique Meirelles como vice. Não importa que os seus correligionários
estejam implorando que ele faça uma aliança com o PSDB, vendo Dilma
derreter Brasil afora.
Ele segue Dilma. Seu objetivo é estar com o pé em
duas canoas ao mesmo tempo. Se der PT, ele está bem na foto. Se der
PSDB, Serra garante a sua aproximação com o poder. A matéria abaixo é do
Valor Econômico.
Assediado pelos partidos de oposição e pressionado
internamente a apoiar a candidatura de Aécio Neves (PSDB) a presidente, o
presidente do PSD, Gilberto Kassab, descartou a possibilidade de o partido recuar
na aliança com a presidente Dilma Rousseff. "Não admito sequer analisar a
hipótese de abandonar a Dilma", disse ontem Kassab ao secretário-geral do
partido, Saulo Queiroz.
Saulo é favorável ao apoio à candidatura de Aécio ou pelo
menos que Kassab libere o PSD de compromisso na eleição presidencial. Com a
recusa de Kassab, que insiste em manter a palavra empenhada a Dilma - foi o
primeiro partido a anunciar apoio à presidente -, Saulo fez um apelo para que o
ex-prefeito faça pelo menos uma aliança com o governador Geraldo Alckmin, em
São Paulo.
Na avaliação do secretário-geral do PSD, se Kassab fizer
aliança com Alckmin, "libera muita gente para apoiar nos Estados a
candidatura do Aécio, mesmo que nacionalmente o tempo de televisão do partido
fique com a presidente da República". "Ele mantém o compromisso com a Dilma e libera todos
nós", disse Saulo Queiroz.
Em São Paulo, Kassab negocia simultaneamente com Alckmin e
com o candidato do PMDB ao governo, Paulo Skaf. A tendência era que
Kassab
fechasse o acordo com Alckmin, saindo candidato a vice-governador. Para o
Senado, sairia o ex-governador José Serra, pelo PSDB.
Mas o bom
desempenho de
Paulo Skaf nas pesquisas levou um grupo de candidatos a deputado federal
do PSD
a pedir para Kassab prioridade na aliança com o pré-candidato do PMDB.
Ocorre
que a chapa do PMDB a deputado é mais fraca que a do PSDB. A aliança com
Skaf,
portanto, aumentaria as chances dos candidatos do PSD à Câmara dos
Deputados. Kassab marcou a convenção do PSD para 25 de junho. A
presidente
Dilma confirmou sua presença.
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