Com o auê em torno da Copa do Mundo, passou como simples pé
de página do noticiário o fato de o ministro do Supremo Tribunal Federal Dias
Toffoli ter acolhido parecer do procurador-geral da República e mandado
arquivar inquérito contra o ex-presidente e senador José Sarney (PMDB-AP), que
lhe poderia ter rendido um processo crime por suposto crime contra o sistema
financeiro no caso da falência do Banco Santos, em 2005.
O dono do banco, Edemar Cid Ferreira, preso várias vezes e
finalmente condenado a 21 anos de prisão por por crime contra o sistema
financeiro, lavagem de dinheiro, crime organizado e formação de quadrilha - aos
quais continua respondendo em liberdade - era muito amigo de Sarney.
Como o Banco Central decretou intervenção no banco na noite
de 12 de setembro de 2004 e, justamente na véspera, Sarney havia sacado uma
quantia vultosa de recursos que mantinha na instituição do amigo - 2 milhões de
reais -, o Ministério Público de São Paulo viu no fato sinais de prática de
crime previsto em lei, o “uso indevido de informações privilegiadas”, punido
com pena de 1 a 5 anos de cadeia e multa de até o triplo da vantagem obtida.
O procurador-geral da República sugeriu o arquivamento do
inquérito por julgar que o senador e ex-presidente não foi enquadrado “não foi
enquadrado corretamente em nenhum crime”.
Mesmo se enquadrado, como o fato ocorreu em 2004, o crime já
estaria prescrito. (Ricardo Setti)
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