BLOG PRONTIDÃO
Rio e São Paulo têm protestos
No Rio de Janeiro, ato pacífico, que chegou a fechar a Avenida Rio Branco, tem confronto na Lapa.Na capital paulista, black blocs invadiram manifestação e enfrentaram PMs.
Ao menos sete pessoas ficaram feridas, incluindo uma jornalista da rede americana CNN
Grupo promoveu vandalismo na Zona Leste de SP, perto da avenida que dá acesso ao Itaquerão, palco da abertura da Copa do Mundo
Black
blocs enfrentam a polícia - não são manifestantes e sim bandidos a
serviço do Foro de São Paulo e a PM deve usar da força necessária para
neutralizá-los
Já no Rio de Janeiro, cerca de mil pessoas protestam no Centro da cidade. O grupo, que saiu da Candelária no fim da manhã, chegou à Lapa por volta das 13h30m, onde o clima esquentou e há registros de tumulto. Policiais lançaram spray pimenta e disparam balas de borradas contra os manifestantes. Alguns já foram detidos pela polícia. Uma mulher tentou soltar um dos detidos e foi cercada pelos PMs. Houve um embate, mas ela conseguiu escapar, correu, tirou a blusa e trocou de roupa em outro local.
Policiais usam cassetetes para afastar manifestantes
- NACHO DOCE / REUTERS
Na chegada à Lapa, algumas
pessoas subiram nos Arcos. O ato contra a Copa, que tem a participação
de professores, é acompanhado por policiais militares do 5º BPM (Praça
da Harmonia) e do Batalhão de Grandes Eventos. O grupo, que tem apoio de
black blocs, ganhou nova companhia ao chegar à Lapa: uma banda de
música que toca marchinhas de Carnaval.Mais cedo, a pista lateral da Avenida Presidente Vargas chegou a ser interditada na altura da Avenida Passos, sentido Candelária. A via foi liberada às 13h40m. O trânsito na Presidente Vargas, sentido Candelária, é normal na altura da Cedae, da Prefeitura e do Sambódromo. Em São Paulo, com rostos cobertos, manifestantes black blocs montaram barricadas na rua Platina, juntando lixeiras e madeira. Eles colocaram fogo nos materiais ao lado de um posto de gasolina. A Tropa de Choque reagiu, atirando ao menos cinco bombas de efeito moral. Um manifestante ficou ferido com estilhaços.
Homens que se identificaram como "fazendo segurança do ato" fizeram um cordão humano próximo ao carro de som do sindicato. O início de confronto entre manifestantes e policiais causou correria na rua Serra do Japi. A Tropa de Choque lançou bombas e avançou sobre o cordão de isolamento montado pela segurança do ato dos metroviários. Na confusão, mais de 300 pessoas que estavam na rua correram para dentro do prédio do sindicato, tossindo e lacrimejando por causa das bombas. Dez minutos depois, os sindicalistas anunciaram que o ato contra as demissões do metrô continuaria dentro do prédio.
Após ouvir um ultimato da Polícia Militar, de que a Rua Serra de Japi seria desobstruída com uso da força, os metroviários negociaram uma saída diplomática para evitar um possível conflito. Os sindicalistas pediram uma trégua à PM para que cerca de 500 pessoas que estavam dentro do prédio da associação pudessem sair tranquilamente. - Não tem correlação de movimentos. Vamos sair pacificamente. PM, não ataque os trabalhadores que estão saindo pacificamente. Nosso ato acabou por motivo de força maior - disse um dos diretores sindicais, no carro de som. A decisão do sindicato gerou a revolta dos outros manifestantes, contra a Copa, e dos adeptos de táticas black blocs. - Pelegos! A luta é uma só - gritavam.
Sem os metroviários, cerca de 200 pessoas estavam na Rua Serra do Japi por volta das 13h15m. Os manifestantes mais radicais que estavam na rua Serra do Japi caminharam até o metrô Tatuapé, onde houve mais confusão e confronto com a Polícia Militar. Os PMs entraram na estação por volta das 13h40m. Houve correria. O Shopping Metrô Tatuapé fechou as portas. Comerciantes que têm pequenos estandes dentro da estação se esconderam nos quiosques.
Passageiros e turistas ficaram no meio do confronto. Ao tentar fechar um portão, polícias bateram com cassetetes em manifestantes que queriam deixar o portão aberto. Depois desse tumulto, policiais e manifestantes ficaram frente a frente na passarela que dá acesso às catracas. Participantes do ato cantaram músicas pedindo o fim da polícia militar:
O primeiro protesto, organizado por movimentos sociais e grupos de esquerda, chegou a reunir 4 mil pessoas, segundo a PM, e foi reprimida pela Tropa de Choque da Polícia Militar, 12 minutos depois de iniciada. Pelo menos sete pessoas ficaram feridas com estilhaços de bombas de efeito moral atiradas pela Polícia Militar, entre elas uma repórter da CNN. Ao menos um homem foi detido. Ele não teve o nome revelado.
A manifestação estava concentrado no metrô Carrão e pretendia seguir para a Radial Leste, a principal via de acesso ao estádio do Itaquerão, onde será a abertura da Copa. O estádio fica a 11 quilômetros do local do conflito. Policiais militares da Força Tática usaram bombas de efeito moral, gás lacrimogêneo, cassetetes e escudos para dispersar os jovens que estavam na esquina da Rua Apucarana com a Radial Leste antes mesmo de a passeata começar. Um manifestante chegou a pedir para dialogar com o comando policial, mas foi informado de que não haveria negociação.
Pouco mais de 20 minutos depois do primeiro confronto, a polícia voltou a disparar bombas para tentar dispersar os manifestantes. A Polícia Militar tinha orientado os moradores da região que evitassem estacionar seus carros nas imediações da rua Apucarana e do metrô Carrão. Antes do primeiro confronto, o major Santiago, da Força Tática da PM, avisou os manifestantes que iria “desobstruir a via”. Um dos jovens disse que queria dialogar, mas não foi ouvido. Outros manifestantes xingaram os policiais. O comandante ficou atrás da tropa e ordenou uma “carga de 15 metros”.
O avanço da tropa fez o ato se dispersar. Quinze minutos depois, os jovens já estavam reagrupados na frente do metrô Carrão. A atitude gerou nova resposta da Polícia Militar, dessa vez com mais truculência. Sem ter como se reagrupar, os manifestantes seguiram pela Rua Platina até a Rua Serra do Japi, onde estava acontecendo um ato em apoio aos metroviários que entraram em greve na última semana.
Jornalistas foram impedidos de ter acesso a determinadas áreas. Em determinado momento, o major Santiago ordenou que a imprensa ficasse em uma calçada. Talvez não tenha notado que os jornalistas estrangeiros não entendiam suas palavras de ordem. Enquanto fazia a transmissão ao vivo do protesto, a repórter da CNN Shasta Darlington e a produtora Barbara Arvanitidis foram atingidas por uma bomba de gás lacrimogêneo. Shasta saiu de cena e só retornou segundos depois da explicação da apresentadora do programa.
As duas foram levadas para o Hospital Estadual de Vila Alpina e ficaram por lá durante duas horas. Barbara saiu com uma tipoia e contou que teve escoriações no antebraço esquerdo. Já Shasta teve ferimentos no braço direito. Elas foram proibidas pela CNN de dar entrevistas, mas disseram que foram bem atendidas no hospital e acreditam que estilhaços de uma bomba foi a causa dos ferimentos. Shasta pretende voltar à cobertura da Copa do Mundo.
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